Falta de água e elecricidade, salas de aulas sem paredes para o exterior ou para separar uma sala de aula de outra, são problemas com que se deparam escolas na província angolana de Malanje.
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Com efeito a VOA apurou que dezenas de escolas no município de Malanje carecem de água corrente e energia eléctrica, o que provoca constrangimentos no processo de ensino-aprendizagem.
A ausência de energia eléctrica obriga os professores a dispensarem os alunos mais cedo, tanto na época chuvosa, como depois das 16 horas do período lectivo.
A Escola Primária Nº 122 , Ngola Kiluanje, por exemplo, foi inaugurada em 2014, e dois anos depois a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), cortou o fornecimento de energia eléctrica por falta de pagamento.
Para o coordenador das actividades pedagógicas, Xenófanes de Abel, os constrangimentos ocorrem, “principalmente quando o clima está sem sol as salas ficam sem clareza para um bom funcionamento, para uma boa aula”.
“Isso quer dizer que depois das 6 horas há períodos que as salas estão mesmo nas escuras”, clarificou
A inexistência de água limita as acções de higiene das salas de aula e de outros compartimentos da escola, com maior incidência nas casas de banho.
Uma fonte do Gabinete Municipal da Educação sem gravar entrevista confirmou que a maioria dos estabelecimentos construídos em zonas per-urbanas, incluindo das comunas de Ngola Luíje e Cambaxe não possuem água e energia eléctrica.
Mais de 10 escolas da zona urbana não têm um ou os dois serviços, lê-se numa nota do Gabinete Municipal da Educação de Malanje, que confirma que no mesmo perímetro há cerca de 20 escolas públicas com água corrente e energia eléctrica.
O estado avançado de degradação das infra-estruturas é outra dificuldade, como é o caso da Escola Primária Nº 176 da Feira, com 2.185 alunos.
Cinco salas não têm cobertura lateral, uma das quais onde lecciona a professora do módulo III, Isabel Alexandre.
“As condições de trabalho aqui são péssimas, a escola praticamente não tem uma boa estrutura e não tem boas condições de trabalho. É uma sala desestruturada, aberta, praticamente trabalho ao ar livre”, afirmou acrescentando que “os meninos em vez de prestar atenção no conteúdo que a professora está a dar, têm prestado mais atenção ao que passa fora”.
Mutos encarregados matricularam os filhos em escolas públicas precárias por falta de dinheiro para garantir uma vaga no ensino privado.
Cecília Gomes é mãe de uma aluna da classe de iniciação.
“A escola não está mesmo em condições, água na sala. Por exemplo, aquela há muita água aqui na sala. A sala não está melhor, está mal. Por exemplo, as crianças estão fora”, protestou.
Muitos alunos para assistir as aulas transportam cadeiras de casa para a escola.
Com o aumento das precipitações nos últimos dias, dezenas de alunos estão dispensados porque há infiltração de água nas salas de aula.