As últimas enxurradas acompanhadas de fortes tempestades que se abateram nos últimos dias na cidade de Uíge, capital da província angolana de mesmo nome, provocaram muitos danos materiais.
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Embora não se tenham dados concretos sobre os desastres, a VOA sabe que pelo menos uma dezena de famílias viu as suas casas inundadas e destruídas destruídas
Ângela Fernando, moradora no bairro Kakiuia, zona vulgarmente conhecida por ilha, assistiu a inundação da sua casa.
“Perdi os documentos, roupa e comida”, conta Fernando, acrescentando ainda que a origem das enchentes na chamada zona de risco está “uma das manilhas fechadas pelos chineses” durante as obras de reabilitação da estrada principal.
Alberto Mendes, outro morador na mesma zona, abandonou a sua casa e está morar com seu vizinho.
Ele confessou que há sete dias que não dorme com medo de mais tempestade.
Até agora, as vítimas não beneficiaram de nenhum apoio nem visitas do Governo ou dos serviços de proteção civil e bombeiros.
A mesma zona foi considerada de risco em 2013 pela administração municipal do Uíg, e ficou a promessa de “os moradores serem transferidos para uma área segura”, mas até neste momento nada foi feito.
“A equipa da administração veio cá em 2013, assinalou todas as casas e prometeu que ia tirar-nos daqui, mas até agora não voltou”, revelou Eduardo Borges.
Outra zona também afetada pelas chuvas é o Bairro Papelão.
A VOA procurou ouvir a versão da Administração Municipal do Uíge e os Serviços de Proteção Civil e Bombeiros mas sem sucesso.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia há previsão de mais chuvas nos próximos três dias no Uíge.