Enviados africanos despachados para Eswatini por entre protestos mortais

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Manifestantes em Eswatini exigem reformas democráticas

Com a escalada da violência, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa falou por telefone com o rei Mswati III e despachou enviados para se encontrarem com o rei na tarde de quinta-feira.

Uma pessoa morreu e pelo menos 80 pessoas foram feridas em protestos pró-democracia em Eswatini na quarta-feira, disse um líder sindical, enquanto nações africanas enviavam representantes para tentar conter a agitação.

Tiros foram ouvidos durante a noite na capital Mbabane, e o sindicato de funcionários públicos NAPSAWU disse que pelo menos um homem tinha sido morto a tiro na quarta-feira.

Cinquenta membros do sindicato foram levados ao hospital na capital Mbabane, havendo outros 30 hospitalizados na cidade de Manzini, incluindo alguns com ferimentos de bala, segundo líder sindical.

Centenas de soldados e polícias começaram a espalhar-se por ambas as cidades no início do dia, disparando gás lacrimogéneo mesmo contra pequenos ajuntamentos de pessoas e disparando balas de borracha, segundo correspondente da AFP.

O reino - anteriormente conhecido como Suazilândia - voltou a fechar a Internet quando as imagens da violência começaram a circular nas redes sociais.

Com a escalada da violência, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa falou por telefone com o rei Mswati III na quarta-feira de manhã, lia-se numa declaração da alta comissão de Pretória.

Ramaphosa preside actualmente ao órgão de segurança da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. A declaração dizia que Ramaphosa tinha ordenado aos enviados de alto nível que voassem até Eswatini para se encontrarem com o rei na tarde de quinta-feira.

O encerramento da Internet dificultou a partilha de informações sobre os protestos, ou o alerta das famílias dos feridos e dos mortos.

Soldados e polícias fortemente armados foram vistos nas ruas.

Pelo menos 29 pessoas morreram este ano em confrontos entre a polícia e manifestantes em alguns dos piores tumultos da história do país.

O rei Mswati III governa esta nação desde 1986 e detém acções em todas as telecomunicações do país.

É criticado por viver um estilo de vida pródigo num dos países mais pobres do mundo e é também acusado de asfixiar os partidos políticos.

(AFP)