Médicos angolanos regressaram ao trabalho na segunda-feira, 25, no momento em que os enfermeiros filiados ao sindicato nacional da categoria preparam-se para entrar em greve na próxima semana.
O presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros diz que a suspensão da greve dos médicos e o consequente regresso dos profissionais às unidades hospitalares não alteraram as condições de trabalho, por isso Afonso Kileba reafirma que a greve pode acontecer na semana que vem depois do encontro agendado com a entidade patronal.
Kileba afirma ainda que, apesar de alguns pontos do caderno dos enfermeiros coincidirem com as exigências dos médicos, a greve vai manter-se.
"A suspensão da greve dos médicos não inibe que os enfermeiros entrem em greve, são questões diferentes apesar de trabalharmos nos mesmos locais, tenho a certeza que na próxima terça-feira nós vamos ter um encontro com a en-
tidade patronal e na próxima quinta-feira ou sexta o plenário do sindicato decidirá sobre eventual paralisação dos enfermeiros", diz Kileba, para quem o Governo deve seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Aquele sindicalista acrescenta que, neste momento, o número de mortes nas unidades hospitalares, sobretudo devido à malária é assustador e isto tem tirado o sono aos profissionais de saúde que se sentem incapazes, por ausência de meios.
"É só ficarmos defronte a um cemitério, para vermos a quantidade de funerais por dia e na sua maioria mortes por malária, para além daqueles que acabam por morrer em casa, por incapacidade de chegar a uma unidade hospitalar", acrescentou Kileba.
Do Ministério da Saúde e da Direcção de Saúde Pública ninguém se pronunciou sobre a situação.