Enfermeiros de Luanda dão nova oportunidade ao Governo

Caderno reivindicativo foi entregue em 2012

Activista adverte para "promessa eleitoralista"

O Sindicato dos Enfermeiros de Luanda suspendeu a greve prevista para ter início nesta terça-feira, 9, depois de receber garantias de que o Governo vai responder, até Agosto, às suas reivindicações, tais como o pagamento de retroactivos, o ajuste salarial e o pagamento de subsídios de há cinco anos a esta parte.

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Enfermeiros angolanos suspendem greve - 2:12

A informação é atribuída aos ecretário-geral adjunto do sindicato, Afonso Kileba, que terá advertido o Governo de que se não honrar o compromisso que assumiu a greve será consumada “até à satisfação de todas reivindicações".

O activista social Rafael Morais alerta para a possibilidade de a promessa visar apenas fins eleitoralistas.

António Kileba promete voltar à carga se Governo nao cumprir

A reivindicação que envolve um total de seis mil técnicos foi posta em negociação com a entidade patronal a 3 de Maio, tendo o Governo de Luanda assumido a responsabilidade pela não satisfação das exigências dos profissionais que remontam ao ano de 2015.

O sindicalista é citado pela imprensa local como tendo afirmado que a predisposição do Executivo em resolver as reivindicações dos técnicos de enfermagem da capital angolana, foi manifestada no dia seguinte ao do anúncio da paralisação.

Desde 2012, o Sindicato dos Enfermeiros de Luanda aguarda pelas respostas dos 12 pontos que constam do caderno reivindicativo remetido ao Governo da província de Luanda, para o "pagamento de retroactivos, acertos de categorias, ajuste salarial e pagamento de subsídios" .

António Kileba disse que o Governo apenas pagou metade dos retroactivos", sendo que "o pagamento de um adicional de 40 por cento ao salário base dos enfermeiros técnicos médios, que trabalham em localidades onde não existe um médico, e 60 por cento aos técnicos básicos" continua até ao momento "sem respostas do Governo".

Entretanto, o activista social Rafael Morais alerta que os enfermeiros “não devem embandeirar em arco com as promessas do Governo.

Morais diz ser muito difícil que o Governo venha a resolver em três meses uma reivindicação que não foi resolvida em cinco anos e que tudo pode não passar de “uma promessa eleitoralista”.