O Ministério da Saúde de Angola convocou o Sindicato Nacional dos Enfermeiros e Técnicos de Saúde (SINDEA) para uma reunião na terça-feira,8, para contornar a greve que os trabalhadores observam desde hoje em todo o país.
A informação foi prestada pelo secretário-geral SINDEA, Cruz Mateta, quem assegurou à VOA que, apesar do diálogo anunciado, a greve não vai ser suspensa enquanto não houver um acordo que satisfaça as exigências dos trabalhadores.
“Queremos dignidade e aquilo que está acordado deve ser executado na íntegra”, defendeu o sindicalista que acusa o órgão de tutela de ser “autoritário” e de aplicar “discriminação negativa” no seio da classe.
Mateta disse que a adesão à paralisação pelo país é de 75 por cento neste primeiro dia e denunciou que profissionais de algumas unidades hospitalares do país estão a ser coagidos a não aderirem à greve, por parte de alguns responsáveis.
Entre outras reivindicações, os profissionais exigem o pagamento das horas extras “de acordo com a lei” e o pagamento do subsídio de Covid-19, extensivo aos profissionais que estiveram em serviço nos bancos de urgências.
Eles entendem que tanto estes como aqueles que prestaram assistências aos doentes internados “estiveram expostos aos mesmos riscos de saúde”.
Os enfermeiros querem igualmente ver assegurado “o subsídio de férias sem desconto” e “a actualização e promoção de todos os trabalhadores que adquiriram novo perfil académico".
Os enfermeiros e técnicos de saúde garantem que durante a paralisação estão em funcionamento piquetes para garantir os serviços mínimos de assistência aos doentes.