Está a gerar preocupação a existência de uma área para casos de COVID-19 no Hospital Geral de Benguela (HGB), em Angola, com o Sindicato dos Médicos a alertar para o perigo de infecções numa unidade até bem pouco tempo à beira de colapso por conta da sobrelotação de salas.
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O Dr. Edgar Bucassa, dirigente do Sindicato dos Médicos em Benguela, disse que “as pessoas ainda têm medo” porque há uma série de questões a responder.
“Onde será a passagem dos pacientes, quem atenderá estes casos?", questionou o Dr Bucassa para quem "há escassez de recursos humanos, e a literatura já mostrou que a maior parte dos que se infectam é mesmo por má manipulação do doente com COVID-19".
"Há contacto com os seus familiares e colegas. Portanto, como será a conduta?", acrescentou.
O médico alertou ainda para as debilidades dos doentes com outras patologias e que poderão ser infectados com o Coronavírus.
Veja Também Milhares de pessoas na Huíla ainda sem segunda dose da vacina contra a Covid-19"Os pacientes são, de forma geral, imuno-deprimidos, e a doença é oportunista, principalmente em crianças", disse.
"Temos pacientes com dificuldades de alimentação, muitos com doenças graves. Já vimos que os profissionais devem ser vacinados, mas há quem tenha apanhado a infecção depois da segunda dose",acrescentou o médico.
Outro sindicalista, o médico Guilherme Quilembeketa, lamentou que as associações profissionais tenham sido excluídas pelos do processo de decisão.
"Julgamos nós que, enquanto sindicalistas, estamos tristes porque queremos dar apoio ao Governo, simplesmente para ajudar a melhorar as políticas", indicou o profissional.
Contactado pela Voz da América, o director-geral do Hospital de Benguela, Eduardo Kidissobwa, disse, sem entrevista gravada, que o problema do momento, já a ser solucionado, tem que ver com a escassez de alimentos para os técnicos de saúde.
Já o director do Gabinete Provincial de Saúde, António Manuel Cabinda, esclarece que existem zonas satélites em muitas unidades, no litoral e interior da província, e refere que os hospitais de campanha devem ter alternativas.