Empresários endividados clamam por ajuda em Malanje e Governo pede mais produção nacional

Mercado informal do Zango, Malanje

A maioria dos produtos vendidos nas pequena, médias e grandes superfícies comerciais em várias províncias angolana é importada, confirmou em Malanje o secretário de Estado do comércio, Amadeu Nunes.

Empresários clamam por ajuda no acesso ao crédito.

Entretanto, o Ministério do Comércio garante que há alguma produção industrial nacional para fazer face à importação, no âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), de forma a aumentar a produção interna de bens da cesta básica.

Amadeu Nunes visitou alguns estabelecimentos comerciais desta província reconheceu que a realidade não se difere de outras localidades do país.

"Constarei que há poucos produtos nacionais [está é uma constatação que fizemos], em algumas mais que outras, tirando os produtos que ja são de conhecimento geral", referiu.

O novo regulamento sustentado pelo Decreto Legislativo Presidencial nº23/19, de 14 de Janeiro, que prioriza a compra de produtos nacionais, prevê ,a partir de 2022, impor temporariamente restrição quantitativa da importação de bens industriais.

Entretanto, a maioria dos agentes comerciais grossistas e retalhistas da província está endividada, reconheceu o governador de Malanje, Norberto Fernandes dos Santos, para quem “é preciso dizer as coisas com clareza, receberam no passado empréstimos, pensaram que nunca mais era para pagar por causa das eleições e agora está aqui o resultado".

"Hoje a maior parte dos empresários de Malanje tem dívida com a banca, não honrou os seus compromissos e a banca tem regrs", alertou.

José Semedo, empresário

O agente comercial José Semedo, ligado ao agronegócio, lembrou que os acessos às áreas de produção, a inacessibilidade ao crédito bancário e a falta de titularidade das infra-estruturas estão entre as dificuldades que emperram a actividade dos empresários locais.

“É necessária uma intervenção por parte das organizações ou instituições afins, nomeadamente o sector da habitação, no sentido de viabilizar e criar maior mecanismo para que os empresários possam fazer aquisição desses imóveis e darem melhor aproveitamento", solicitou.

A dívida pública em Malanje até 2018, incluindo com a classe empresarial, segundo dados do Gabinete de Estudo Planeamento e Estatística do Governo de Malanje, estava avaliada em dois mil milhões e 700 milhões de kwanzas.