O recrutamento de trabalhadores nesta região sul de Angola para supostas empresas chinesas de construção civil em Luanda, com restrições impostas aos autóctones que preservam a tradição de arrancar dentes, está a suscitar descontentamento no seio das comunidades desta região.
David João Cataleko Kambandi, um dos agentes mandatários para recrutamento da força de trabalho na região sul do país confirmou as ordens que tinha nesse sentido.
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“Albinos não podem ser recrutados, homens com falta de dentes também não, quem tem cicatrizes no corpo também não é aceite nesta empresa”, disse.
“Os mucubais com dentes certos na boca podem ir trabalhar, porque não tenho como fazer, há bocado liguei para Luanda e o chefe reiterou a orientação inicial”, frisou.
José Tchongolola veio do Município da Bibala por ser albino ficou igualmente excluído do grupo e disse tratar-se de ausência de sentimento humano.
”Isto é discriminação e não pode ser, sou albino, já trabalhei em muitas empresas e nunca houve problemas, sou o único filho da minha mãe albino, outros irmãos são negros, os meus filhos também são negros. Quero trabalhar para dar de comer meus filhos”, disse.
Alguns jovens mucubais também não se coibiram, exigindo das autoridades governamentais de Luanda e da província explicações sobre este caso que segundo os visados lesa a lei geral de trabalho vigente em Angola.
Um deles Kambambi João Domingos, disse que o que se passa é “discriminação”.
“Nós mucubais arrancamos os dentes de baixo e cerramos os de cima não por nossa vontade, mas sim por força da tradição”, disse.
“As autoridades governamentais devem instar estas empresas a porem termo esta situação” disse, o jovem activista social, Mucubal.
As autoridades da inspecção do trabalho contactadas pela nossa reportagem prometeram reagir nos próximos dias..