O Presidente da Guiné-Bissau vai integar a equipa de Chefes de Estados da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que vai tentar mediar a crise na Guiné-Conacri, após o golpe de Estado do passado dia 5.
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Umaro Sissoco Embaló, no entanto, em declarações aos jornalistas no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira neste domingo, 12, disse condenar o golpe, embora desde o dia 5 nem a Presidência nem o Governo da Guiné-Bissau pronunciaram-se sobre os acontecimentos em Conacri.
“Creio que fomos um dos primeiros Presidentes da sub-região contactados pelos militares golpistas da Guiné-Conacri, mas condenei logo, mostrando a minha posição. Eu disse ao tenente-coronel Doumbouya duas ou três vezes que não compactuo com o golpe de Estado”, afirmou Embaló, sublinhando que é “democrata e republicano e que a Guiné-Bissau não pactua com o golpe de Estado”.
O Chefe de Estado guineense acrescentou que integrará uma equipa de Presidentes da CEDEAO que vai se encontrar com as novas autoridades de Conacri para tentar a libertação do deposto Presidente Alpha Condé e uma saída para a crise.
"Alpha Conde tem 90 anos. Erdogan, o Presidente francês, com quem falo quase diariamente, Sassou Nguesso (Presidente do Congo) pediram-me que interviesse. Os meus homólogos entenderam que por sermos vizinhos talvez possa ajudar a resolver a situação", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
Embora não seja amigo de Condé, “nem quero ser”, disse, Embaló considera ser uma questão humanitária.
“Eu e o Presidente Alpha não temos nenhuma relação ou não gostamos um do outro, mas isso não é o problema, porque o interesse dos nossos dois países está acima da nossa relação pessoal”, concluiu.
Embaló regressou a Bissau hoje de uma uma viagem de quatro dias à Bélgica, onde encontrou-se com o rei Filipe VI, autoridades da União Europeia e da Organização dos Estados de África, Pacífico e Caraíbas.
Recorde-se que um dia após o golpe de Estado, a VOA contactou o Governo de Bissau para uma reaação.
O ministro do Turismo e porta-voz do Governo, Fernando Vaz, disse que, por enquanto, não havia nenhuma posição oficial das autoridades guineenses, que acompanham a situação e reforçaram a segurança nas fronteiras entre os dois países
“Como sabe as fronteiras estavam fechadas por iniciativa do Governo da Guiné-Conacri. Neste sentido e desde esta altura que reforçamos a nossa presença na fronteira”, limitou-se a dizer Vaz.