O embaixador dos Estados Unidos em Angola e São Tomé e Príncipe considera que as manifestações fazem parte da democracia, mas que devem ter o seu espaço e ser pacíficas.
Numa longa entrevista à Voz da América, em que enfatizou o incremento da cooperação entre os Estados Unidos e Luanda e um maior investimento americano no país, Tulinabo S. Mushingi abordou as manifestações previstas para este sábado, 17, e conisiderou que a democracia angolana está numa trajectória positiva.
"As manifestações fazem parte da vida da democracia, e uma democracia madura vai procurar meios para gerir este tipo de actividades, mas um lado que estamos a seguir é que elas dão ao povo a possiblidade de exprimir o que está a pensar, mas (tudo isso) deve ser feito de uma forma pacifica, para que o povo possa exprimir a sua opinião sobre qualquer assunto", afirmou aquele diplomata, que destacou que "o que pode ser preocupante é a maneira como o país, o Governo, todos nós, como estes manfestantes são enquadrados no país".
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Questionado se ante denúncias de activistas, da oposição, de organizações não governamentais como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, bem como o relatório do Departamento de Estado americano que indicam que há graves violações de direitos humanos em Angola, ele tem abordado o tema com as autoridades de Luanda, Mushingi respondeu que "nós falamos sobre muitos assuntos, discutimos todos os assuntos que possam fortalecer os nossos países".
Há um ano a representar Washington em Luanda, Tulinabo S. Mushingi, em resposta a uma pergunta sobre o estado da democracia angolana, disse ter observado "uma trajectória que parece para mim, até agora, ir no sentido positivo".
Nesse sentido, destacou as eleições do ano passado que "foram consideradas pacíficas, bem organizadas, com oito diferentes partidos, em que a UNITA ganhou muitos deputados, por agora é uma democracia que ainda está a amadurecer".
O diplomata lembrou que os Estados Unidos são uma democracia com 246 anos e "ainda temos problemas", mas cada país vai ter a sua própria trajectória "usando os princípios básicos que são respeitar os direitos humanos e abrir o espaço para que cada cidadão possa participar na vida política do país".
Na entrevista que será divulgada na integra, mais tarde, nas várias plataformas da Voz da América, o embaixador dos Estados Unidos em Luanda considerou que as relações entre Washington e Luanda estão a ganhar uma nova dimensão, através da cooperação entre os Governos mas também investimentos do sector privado americano em Angola.
Tulinabo S. Mushingi destacou a cooperação no âmbito da transparência e da segurança e defesa e também a segurança no Golfo da Guiné, em que os Estados Unidos têm vindo a trabalhar com o Governo de São Tomé e Príncipe.