O embaixador do Brasil na Guiné-Bissau, Fábio Franco, foi obrigado a regressar ao país na semana passada dois antes do fim da sua missão na sequência de denúncias de racismo e interferência da sua esposa na missão diplomática.
O jornal Folha de São Paulo revela que a decisão foi tomada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil após uma investigação a denúncias feitas contra Shirley Carvalhêdo Franco.
O jornal, que cita fontes conhecedoras do processo, indica que Shirley praticava assédio moral, proferia ofensas racistas, teria chamado os guineenses de “macacos” e dito que eles “só servem para fazer sexo, não para trabalhar”.
Um das pessoas que fizeram a denúncia afirmou que, na residência oficial, os trabalhadores tinham que levantar os braços ao chegar, para serem “desinfectados” com álcool, e que Shirley ameaçava atirar soda cáustica em todos “porque fediam (cheiravam mal)”.
Uma empregada revelou que a então embaixatriz afirmou que “usaria a chibata (vara)” contra os funcionários.
Antes as denúncias, o Ministério das Relações Exteriores instaurou uma investigação que resultou na assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta no passado dia 8, no qual o embaixador Fábio Franco, segundo o jornal, declarou “reconhecer a inadequação da sua conduta” e aceitou regressar ao Brasil dois anos antes do fim da missão.
Franco tinha sido confirmado para o cargo em 2018.
O Governo brasileiro não se proncunciou sobre o caso nem as autoridades guineenses.