Em Portugal, João Lourenço convidou empresários a voltar a investir em Angola

Presidente angolano, João Lourenço, no Parlamento português, em Lisboa. 22 de Novembro

Numa conferência de imprensa, à parte, Lourenço foi ainda interpelado por uma "órfã do 27 de Maio"

O Presidente angolano, João Lourenço, desafiou os empresários portugueses a voltarem a investir em Angola, de forma a diversificar a economia do país, que depende essencialmente do petróleo.

O convite, feito na sexta-feira, 23 de Novembro, aconteceu durante o fórum empresarial Angola-Portugal na Alfândega do Porto, no qual muitos empresários portugueses compareceram em massa - cerca de 800.

João Lourenço destacou que Angola precisa de investimento nas áreas da construção, serviços, agricultura, pescas, indústria e turismo, enfatizando o interesse do governo angolano em ser mais do que um importador de Portugal, mas antes um parceiro.

Queremos as empresas portuguesas a produzir em Angola o que agora exportam como produto acabado”, disse João Lourenço.

O Presidente angolano lembrou também, durante o fórum, que Angola tem o visto do investidor, que facilita a entrada e o tratamento de pessoas de negócios a entrar no país.

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Lourenço interpelado por filha de vítima do 27 de Maio

Durante a sua visita a Portugal, João Lourenço, fez vários encontros e inclusive deu conferências de imprensa. Na conferência de imprensa de 24 de Novembro, o Presidente angolano foi interrompido por uma cidadã angolana na plateia que se apresentou como "órfã do 27 de Maio".

Ulika da Paixão Coelho quis ler um poema em memória ao seu pai, Adelino António Ribeiro dos Santos, outrora líder da Juventude do MPLA.

João Lourenço permitiu a Ulika Coelho falar sobre o assunto, mas negou a leitura do poema.

Apesar de ter negado a leitura do poema, por estarem "numa conferência de imprensa" e ser uma ocasião para "os jornalistas fazerem perguntas", o Presidente angolano disse a Ulika Coelho que ela poderia ler-lhe o poema fora dali.

O 27 de Maio de 1977 tem sido um assunto tabu, que o próprio João Lourenço considera tratar-se de um "dossier delicado", uma "ferida que não está completamente cicratizada" e há algumas semanas o ministro angolano da Justiça e Direitos Humanos disse terem havido excessos e "execucções arbitrárias".

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