Em marcha, oposição pede eleições livres e justas em Malanje depois de desentendimentos com a PN

Presença da Polícia atrasa marcha da UNITA em Malanje, Angola

Convocada pela UNITA, marcha teve a participação do Bloco Democrático e PRA-Já Servir Angola

A marcha por eleições livres, justas e transparentes convocada pela UNITA na cidade de Malanje, província do mesmo nome, neste sábado, 16, iniciou com algum atraso, sem justificação aparente da Polícia Nacional (PN) que impediu o percurso previsto.

A caminhada seguiu um rumo diferente do programado depois de um encontro entre o comandante da PN, comissário Timóteo Hilário, e o secretário da UNITA, Mardanês Calunga.

Mardanês Calunga, secretário provincial da UNITA em Malanje, Angola

Calunga questionou se as leis tinham significados diferentes para as províncias de Luanda e Kwanza Norte onde as marchas organizadas pelo seu partido decorriam sem constrangimentos, ao contrário da província de Malanje.

Por seu lado, Hilário alegava a força do último decreto do estado de calamidade pública que desautoriza a realização de marchas nas ruas independentemente da formação política.

Pouco mais de 500 manifestantes em representação da UNITA, PRS, Bloco Democrático e do projecto PRA-JÁ-SA bem como da sociedade civil percorreram o novo percurso.

Carlos Xavier, coordeandor do PRA-JÁ-SA em Malanje

O delegado do PRA-JÁ-SA, Carlos Lucas, criticou a posição das autoridades policiais que, segundo ele, estavam convictas em impedir o cortejo apeado.

“Não foi fácil temos essa marcha hoje, o senhor que governa a província de Malanje orientou a Polícia para que não permitisse que nós passeássemos pela cidade, como se Malanje fosse a sua propriedade”, insinuou.

O secretário da UNITA, Mardanês Calunga, disse que um dos objetivos do evento é que as autoridades garantam eleições com igualdade de oportunidades a todos os concorrentes.

“É necessário que haja regras de jogo e essas regras têm que ser limpas. Precisamos de uma lei que permita que os concorrentes no ponto de partida partam em pé de igualdade. Não há uma lei em que alguém no ponto de partida tenha já 50 por cento para chegar à meta”, justificou.

A caminhada terminou sem qualquer incidente e com um vasto aparato de agentes das polícias Nacional, da Intervenção Rápida e de outros órgãos do Ministério do Interior.