O PAICV, principal partido da oposição em Cabo Verde, realiza eleições directas a 29 de Janeiro para presidente, acto que é contestado por um grupo de dirigentes e militantes.
O auto-denominado grupo de reflexão considera desnecessária a realização das directas e o congresso extraordinário a seguir, já que não há vacatura na liderança do maior partido da oposição.
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A líder cessante e candidata única, Janira Hopher Almada, justifica as directas com a “necessidade de se legitimar uma nova direcção, capaz de exercer o seu papel de oposição”.
O antigo secretário geral do PAICV Júlio Correia, do auto-denominado grupo de reflexão, afirma que “o mais importante neste momento, é a abertura de espaços de diálogo aos militantes e amigos do PAICV, criando condições efectivas para a tão desejada união e coesão interna”.
Correia considera não existirem condições objectivas para outros militantes concorrerem à liderança do PAICV nesta altura e fala de irregularidades não corrigidas.
O analista político e antigo dirigente do PAICV, Corsino Tolentino, diz que depois de sucessivas falhas que levaram a desastrosas derrotas nas eleições do ano passado, o partido não aprendeu a lição.
“Numa democracia cujo xadrez é bipolarizado como a nossa, precisamos do partido que governa e a oposição bem organizados e com lideranças sólidas, para que cada um cumpra com responsabilidade a respectiva missão”, sublinha Tolentino que diz ser extemporânea a realização de eleições internas no PAICV.