A proposta da UNITA para os partidos da oposição se unirem numa Frente Patriótica eleitoral está ser recebida com ceticismo por parte de analistas políticos angolanos que vêm nos egos dos dirigentes e dos seus diferentes interesses, obstáculos a esse objectivo.
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O analista Sérgio Calundungo disseque a iniciativa foi em parte uma tentativa de resposta à “reclamação de alguns sectores da sociedade que a oposição não se move para travar o seu principal oponente político".
Mas, disse Calundungo, os pronunciamntos sobre a formação da Frente Patriótica não foram claros na estratégia a ser adoptada em termos de estrutura e como vão lidar com a questão dos egos.
A este respeito o analista lembrou a formação de uma outra coligação, a CASA CE que “foi um projecto político que sempre teve resultados brilhantes, mas foi demonstrado ser uma estrutura bastante instável”.
“Queremos ver qual será a engenharia para que isso avance", disse Calundungo.
Os receios sobre a viabilidade desta iniciativa vêm também de Luís Jimbo do Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia para quem o maior problema será a gestão dos interesses instalados.
"Terão que ter uma opção estratégica e haverá sempre negociatas políticas, para decidir, por exemplo, quem vai ser o primeiro da lista candidato a Presidente da República", disse
Já Agostinho Sindicato admite que a oposição estará unida em alguns assuntos, mas receia que um dos pontos fracturantes sejam alianças que alguns partidos criam com o partido no poder, como forma de sobreviverem.
Para o activista político, Raul Araújo a iniciativa deve ter também em conta a necessidade de maior articulação entre a sociedade civil e as forças da oposição.
"Se não articularmos não teremos a força para impôra nossa vontade na condução do processo eleitoral transparente", referiu.
Tanto o PRS como a CASA CE lamentaram não terem sido informados da iniciativa da UNITA.