Angola continua a estar na lista dos países com o pior sistema de educação desde a escola primária ao ensino universitário, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), de acordo com dados apresentados no terceiro encontro de jovens investigadores daquela organização.
O baixo nível do sistema de educação em Angola faz com que o país esteja “a formar quadros de faz de conta”, corrobora o professor, Carlinhos Zassala.
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Zassala disse que “isso começa com as condições de aprendizagens”.
“Quantas vezes vemos alunos estudando debaixo das árvores, alunos a estudar na escuridão, professores mal pagos, não existe fiscalização, não há liberdade académica”, disse.
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Fernando Sakwela, também professor, diz estar na base do baixo aproveitamento académico a falta de investimento no setor, mas faz também notar “a qualidade dos recursos humanos deste setor” e “o desinvestimento no setor da educação”.
Ele sublinha a necessidade de um investimento no setor de educação nos “dois dígitos” do orçamento.
Sakwela sugere, igualmente, a adoção de boas políticas para um maior aproveitamento académico em todos os níveis, inclusive “a redefinição do preço do papel para livros e jornais".
"Nós temos uma política de papel muito cara, que torna os jornais e livros muito caros. Quando os livros e jornais estão muito caros a leitura torna-se difícil”, lembra.
Entretanto, a secretária de Estado para o Ensino Superior, Maria Alice de Almeida, reconheceu que o desafio é melhorar a qualidade de ensino em Angola e estipulou prazos para se alcançarem certos objetivos no sistema de educação.