“Há professores que não sabem escrever o nome deles”, denuncia a directora do Centro Escolar Deolinda Rodrigues, no município de Malanje, Engrácia Joaquim Pedro Ramos.
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A deficiente competência dos alunos do ensino primário do ensino geral em Angola transita do primeiro e segundo ciclos e para as instituições de ensino superior no país.
Há falta de empenho por parte de muitos docentes, acusou a directora num seminário realizado esta semana. “Um aluno que estuda a iniciação até a sexta classe, não é o professor da sétima classe que vai lhe ensinar a ler e escrever”, questionou para perguntar: “é o professor da sétima que lhe vai mandar fazer o abecedário?
“Quem está a mutilar esta sociedade, aqueles alunos, estudantes do Instituto Médio de Educação que não sabem ler e escrever, quem são?”, continuou Engrácia Joaquim Pedro Ramos para, depois, apelar os colegas a reconhecerem isso.
Engrácia Ramos reafirmou que “os professores do ensino primário é que estão a mutilar as crianças, aqueles doutores que estão ali no INE, que estão na faculdade que não sabem escrever, vocês é que estão a mutilar”, acusou.
A responsável enumerou outras dificuldades que emperram o processo de ensino e a aprendizagem em Angola, com proeminência para o domínio da língua portuguesa.
“Quem não sabe aprende com o outro, quem tem uma grafia má procure melhorar”, aconselhou, mas denunciando “eu não tenho vergonha, nem erro de dizer que ainda temos professores que não sabem escrever, até o próprio nome dele”.
Apesar das deficiências, o próprio professor solicita a transferência para leccionar no I Ciclo, prejudicando sobremaneira os alunos.
Durante o seminário que termina esta sexta-feira, para docentes do ensino primário de toda a província, estão a ser revistas noções sobre o sistema de avaliação, aspectos ligados à língua portuguesa, matemática, estudo do meio, entre outras disciplinas.
Cerca de 20 mil novos alunos vão frequentar a escola no ano lectivo 2015 a ser aberto no dia 30 deste mês em Malanje.