Apesar do optimismo manifestado pelo governo moçambicano, alguns economistas alertam para um possível agravamento dos principais sintomas da crise económica e financeira que Moçambique enfrenta, sobretudo porque o custo de vida vai continuar a subir.
Your browser doesn’t support HTML5
O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, manifestou-se, este fim-de-semana, optimista quanto ao desempenho da economia moçambicana nos próximos tempos, "mercê do trabalho que está a ser feito no campo produtivo".
Aquele governante, falava no final da sua visita à Feira Internacional de Maputo (FACIM), e considerou transitória a presente crise que o país enfrenta.
Para o primeiro-Ministro, a crise é uma situação transitória, "e nós temos a capacidade de podermos converter os nossos recursos naturais em oportunidades de emprego e geração de renda".
Entretanto, o economista João Mosca, diz que nos próximos tempos vai haver um agravamento dos principais sintomas da presente crise, "porque o metical (moeda moçambicana) vai desvalorizar mais, as taxas de juros vão subir, a inflação vai aumentar e o custo de vida também vai subir".
Segundo aquele economista, o desemprego vai, igualmente, aumentar, o endividamento mal parado junto da banca já começou e vai continuar, "e não há nenhuma razão para que a situação possa melhorar nos próximos três ou quatro meses, numa perspectiva muito optimista" .
Entretanto, a analista Essíta Sigaúque diz ser fundamental que Moçambique encontre uma narrativa comum, considerando que como país, é muito difícil aguentar duas frentes de batalha.
Para a analista, é necessário que o governo se concentre no desenvolvimento, mas sem perder de vista a questão da estabilidade político-militar do país.