Economistas angolanos consideram que a fraca estabilidade do país pode dar origem a uma crise política profunda, caso os decisores não evitem querelas políticas.
Estas reacções surgem 24 horas depois de o antigo Presidente José Eduardo dos Santos ter negado que deixou o país com os cofres vazios, ao contrário do que afirmou no sábado, em entrevista ao jornal português Expresso, o Chefe de Estado, João Lourenço.
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A empresária e filho do antigo Presidente, Isabel dos Santos, advertiu no Twitter para uma crise profunda no país com "greves, aumento de 170 por cento do número de pessoas que passam fome", entre outras situações.
O economista Faustino Mumbica não descarta a possibilidade de a crise económica que se verifica actualmente no país possa evoluir para uma crise politica.
"Um país cheio de militares e ex-militares, cheio de polícias, em que a população fruto do conflito armado está toda armada, e com um cenário económico com falta de salários, de alimentos e de medicamentos, podemos sim chegar a uma profunda crise politica", alertou Mumbica.
Por seu lado, o especialista em macroeconomia Galvão Branco adverte os decisores políticos a não atiçarem a fragilidade socioeconómica que está adormecida.
"Nós já temos bastante fragilidade em termos de desigualdade social, distribuição da riqueza, justiça social portanto é preciso que os nossos políticos prestem atenção a isso para que estes aspectos nao sejam exponenciados com actos politicos", disse Branco.