A notícia de que a empresa francesa Suez, especializada em projectos hídricos, reuniu-se com o Presidente angolano em Paris e diz ter capacidade para resolver os muitos problemas ligados à gestão da água na capital do país é recebida com algum cepticismo por especialistas em Angola, embora haja quem tenha outra leitura.
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David Kissadila, especialista em gestão de políticas públicas, está entre os cepticos quanto ao impacto positivo do projectos Bita na vida dos cidadãos.
"Já tivemos nesta área o projecto "Água para todos" que faliu, tivemos o projecto com os chineses de ligações domiciliares, o dinheiro saiu mas até hoje a água não chega ao destinatário, o projecto chinês morreu, agora
vai se gastar mais dinheiro com projectos franceses, infelizmente, do nosso lado, falta seriedade e responsabilidade em prestar contas sobre grandes projectos implementados que nunca resultam em beneficio para as populações", afirma Kissadila.
Quem também não vê com bons olhos este e outros projectos ligados à água é a empresaria Filomena de Oliveira, para quem "não faz qualquer sentido ir buscar gestão lá fora".
"Eu fico bastante triste que o meu país, passados 46 anos, não tenha capacidade de gerir um projecto básico de água, aqui não há responsabilização, não ha ética, rouba-se por todo lado, continuamos com impunidade, agora queremos empenhar mais milhões lá fora, para virem gerir aquilo que nós cá dentro podemos fazer que é getão de água", critica Oliveira.
Opinião contrário tem o também empresário e presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino da AIA, quem considera que "se a empresa francesa diz ter capacidade para financiar até mil milhões de dólares em projectos de água é bem-vinda mas que não se olhe apenas para Luanda, estes projectos em água nunca são demais porque a água é vida".
Na segunda-feira, 17, o presidente da sociedade francesa Suez, Bertrand Camus, encontrou-se com o Presidente João Lourenço em Paris e no final garantiu o envolvimento da empresa no novo projecto Bita, que vai reforçar o abastecimento de água à cidade de Luanda.
Camus adiantou que o investimento está avaliado em 300 milhões de dólares americanos e será implementado em três anos, com financiamento francês.