Andrew Pearse e Surjan Singh, ex-diretores-gerentes do Credit Suisse, estão banidos do setor de serviços financeiros do Reino Unido por se terem declarado culpados, nos Estados Unidos, no processo relacionado com as “dívidas ocultas” de Moçambique.
Veja Também Tribunal de Nova Iorque condena Manuel Chang a oito anos e meio de prisãoEssa proibição, reporta a Reuters, foi anunciada pela Autoridade de Conduta Financeira da Grã-Bretanha, hoje, na terça-feira.
Os dois banqueiros, Andrew Pearse e Surjan Singh, declararam-se culpados em 2019 por aceitar suborno em relação a cerca de 1,3 mil milhões de dólares em empréstimos fornecidos pelo Credit Suisse a Moçambique, o que gerou litígios e penalidades regulatórias em todo o mundo.
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Pearse, ex-chefe do Global Financing Group do Credit Suisse, recebeu cerca de 45 milhões de dólares em suborno, enquanto Singh recebeu 5,7 milhões, disse a autoridade reguladora.
Os empréstimos e títulos no centro do escândalo foram fornecidos por bancos, incluindo o Credit Suisse, a empresas estatais moçambicanas, em 2013 e 2014, com argumento de investir na pesca de atum e proteção costeira.
Na realidade, milhões de dólares foram desviados, e em 2016, o Fundo Monetário Internacional retirou o apoio ao país.
Na sequência, iniciaram processos em tribunais dos Estados Unidos e Moçambique, que resultaram, entre outros, na condenação do ex-ministro das Finanças, Manuel Chang, quadros dos serviços secretos de Maputo, indivíduos ligados ao ex-Presidente Armando Guebuza.