No décimo quinto dia do julgamento do processo das dívidas ocultas, o Tribunal Judicial da cidade de Maputo está a ouvir nesta quarta-feira, 16, Ângela Leão, esposa do antigo director geral do Serviço de Investigação e Segurança do Estado (SISE), indiciada de ser uma das beneficiárias de milhões de dólares da Privinvest, pela sua intervenção no calote.
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A arguida, que responde pelos crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais, burla e outros, negou qualquer envolvimento no processo das dívidas ocultas e acusou as autoridades do Estado e Governo, de perseguição.
Veja Também André Thomashausen: Extradição de Chang para "Moçambique seria contrária à legislação sul-africana"“Não estive envolvido nas pessoas que contrataram as dívidas ocultas” salientou Ângela Leão, que considera estar presa “por causa do meu marido”.
Confrontada com questões relacionadas com vários imóveis da sua propriedade, que se alega serem resultantes do valor do calote, escusou-se a dar qualquer esclarecimento, salientando tratar-se de assuntos de fórum privado que não quer expor.
Chave de cadeia
Numa audição com momentos de tensão, a arguida apostou numa estratégia defensiva e negação às várias alegações do Ministério Público.
Ângela Leão pediu desculpas a parentes de alguns co-arguidos, que disse terem sido detidos pela associação a si.
Veja Também Dívidas Ocultas: Em prantos, réu Sérgio Namburete pede perdão pelo envolvimento no calote“A cerca de oito pessoas que estão detidas só por causa do nome Ângela Leão, gostaria de pedir desculpas às famílias dessas pessoas", frisou.
De entre aqueles que a arguida considera terem sido detidos por associação a si estão empreiteiros e agentes imobiliários que segundo a pronúncia, terão funcionado como “lavandarias” do dinheiro das dívidas ocultas.