O banco envolvido no escândalo das dívidas ocultas, com sede em Londres, Credit Suisse Group AG está prestes a chegar a um acordo com o Governo americano que colocaria fim a uma investigação criminal sobre o seu papel no escândalo de 2,2 mil milhões de dólares com títulos de dívida em Moçambique.
A agência de notícias Bloomberg escreve nesta terça-feira, 19, citando indíviduos familiarizados com o assunto mas que pediram para não serem identificados, que as negociações com o Departamento de Justiça envolvem um acordo de acção penal diferido, que incluiria multa.
O acordo, segundo a Bloomberg, pode ser anunciado ainda hoje.
Veja Também Antigos funcionários do Credit Suisse detidos em conexão com as dívidas ocultas moçambicanasA fonte diz que qualquer acordo com os procuradores dos EUA seria a última acção numa saga legal internacional de vários anos decorrente dos acordos de 2013-14 destinados a financiar a nova força de patrulha costeira e uma frota de pesca de atum em Moçambique.
Numa acusação de 2018, o Departamento de Justiça dos EUA alegou que os contratos eram uma fachada para que funcionários do Governo e banqueiros se enriquecessem.
Três ex-banqueiros do Credit Suisse declararam-se culpados de acusações nos EUA.
Veja Também Procuradoria moçambicana processa envolvidos no caso "dívidas ocultas" em LondresEntretanto, a Procuradoria-Geral de Moçambique entrou com uma acção contra o Credit Suisse e a construtora naval Privinvest, um dos vários casos nos tribunais do Reino Unido que envolvem o negócio de títulos.
O Tribunal Superior do Reino Unido marcou o arranque do julgamento do caso para Outubro de 2023.
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