Alguns economistas afirmam que o Governo de Moçambique não vai pagar as chamadas dívidas ocultas enquanto o gás natural do Rovuma não começar a fluir, mas advertem que ao recusar a proposta dos credores para reestruturá-las está a quebrar a confiança dos investidores.
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A agência noticiosa Bloomberg anunciou que o Governo moçambicano rejeitou um plano dos credores para a reetruturação da dívida das empresas Ematum, ProIndicus e Mam, praticamente todas elas numa situação de bancarrota.
Para o economista João Mosca, não é boa notícia para Moçambique porque a recusa em reestruturar as dívidas vai minar ainda mais a confiança dos credores e investidores no país.
"Os investidores já não vêm a Moçambique porque não confiam no Governo, e isso tem graves implicações do ponto de vista económico e financeiro, sobretudo porque as taxas de juro vão subir e o custo de vida para os cidadãos também vai aumentar", lamentou aquele economista.
Para o analista Marcelo Mosse, o Governo moçambicano rejeitou a proposta dos credores para poder ganhar tempo até que o gás natural da bacia do Rovuma, norte de Moçambique, comece a ser explorado.
Mosse considerou que "esta recusa é uma forma de negociação também. Eu creio que o Governo está a ganhar tempo até que haja muito mais clareza em relação a alguns contratos da indústria extractiva".
Entre os bancos que emprestaram dinheiro das chamadas dívidas não declaradas figuram o Credit Suiss e o russo VTB.