Redução das chuvas na origem da relativa diminuição de casos críticos na pediatria de Luanda admite especialista e antigo responsável daquela instituição.
Os responsáveis do Hospital Pediátrico de Luanda afirmam haver melhoria no atendimento no banco de urgências depois das doações feitas à unidade sanitária por empresários e por outras sensibilidades da capital, nos últimos dias.
Em declarações à Voz da América, o médico Luís Bernardino reconhece este facto mas sustenta que a diminuição das chuvas é um factor importante para a redução de infecções nas crianças.
“Quando chove muito as criadoras de larvas aumentam enormemente”, disse.
Entretanto o último boletim do Ministério da Saúde angolano e da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a epidemia da febre-amarela, publicado no domingo, apontapara 185 mortes entre um total de 1.311 casos suspeitos em investigação, o que representa um aumento de mais de meia centena em três dias.
Segundo o relatório, estavam confirmados laboratorialmente 483 casos de febre-amarela, havendo registo de mais seis óbitos desde o balanço de três dias anteriores.
O ministro da Saúde de Angola, Luís Gomes Sambo afirmou na passada semana que Luanda vive epidemias de malária grave e febre-amarela que estão a deixar os hospitais sem capacidade de resposta, mas afastou declarar a situação de emergência na capital.
O governante anunciou a disponibilização de uma dotação adicional de mais de 30 milhões de dólarespara a compra de vacinas, medicamentos e outro material médico para combater as duas epidemias que afetam a capital, verba que ainda será reforçada.
Só a epidemia de malária já terá afetado cerca de 500.000 pessoas em Luanda nas últimas semanas, sendo a doença a principal causa de morte em Angola.
No dia seguinta ao do pronunciamento do ministro angolano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que são necessários mais recursos para fazer chegar vacinas contra a febre-amarela às províncias de Angola.