O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira, 28, um decreto que revoga uma série de regulações da era Obama para conter as mudanças climáticas, cumprindo assum uma promessa de campanha de apoiar a indústria do carvão, enquanto põe em xeque o apoio do país a um acordo internacional para combater o aquecimento global.
Ao lado de mineiros de carvão, Trump assinou o decreto "Independência de Energética" na Agência de Protecção Ambiental (EPA, na sigla em inglês).
Uma coligação de 23 Estados americanos e governos locais prometeu combater o decreto nos tribunais.
O principal alvo do decreto é o Plano de Energia Limpa de Obama, que exige que os Estados eliminem as emissões de carbono das fábricas de energia, um elemento crítico para ajudar os EUA a cumprirem seus compromissos com um acordo climático global firmado por quase 200 países em Paris em Dezembro de 2015.
O decreto também rescinde a proibição de exploração de carvão em terras federais, reverte regras para a contenção de emissões de gás metano resultantes da produção de gás e petróleo e reduz o peso da mudança climática e emissão de carbono nas decisões políticas e permissões de infraestrutura.
"Meu Governo coloca um fim à guerra ao carvão", disse Trump antes de assinar o decreto.
"Com o decreto de hoje, dou passos históricos para levantar as restrições à energia americana, para reverter a intromissão do Governo e cancelar a regulamentação que mata empregos", disse Trump na EPA.
A sala estava cheia de mineiros, executivos de companhias de carvão e funcionários de grupos industriais, que aplaudiram alto quando Trump falou.
As acções das empresas de carvão dos EUA subiram após a assinatura.
O decreto abrangente é o mais ousado adoptado até agora por Donald Trump na sua agenda ambiciosa para reduzir a regulação ambiental e impulsionar as indústrias de perfuração e mineração, uma promessa que ele fez repetidamente durante a campanha presidencial de 2016.
Os ambientalistas
Analistas de energia e executivos questionaram se o movimento terá grande efeito sobre as suas indústrias, enquanto os ambientalistas o classificaram de imprudente.
Grupos ambientalistas desprezaram o decreto de Trump, argumentando que é perigoso e vai contra a tendência global mais ampla em direcção a tecnologias de energia mais limpas.
"Essas acções são um ataque aos valores americanos e põem em perigo a saúde, a segurança e a prosperidade de todos os americanos", disse o activista ambientalista Tom Steyer, o chefe do grupo ativista NextGen Climate.