Moçambique é dos países da África sub-sahariana que poderão enfrentar, em 2018, uma nova crise de dívida, cerca de 20 anos depois de a mesma ter sido considerada como resolvida.
Um relatório do Fórum Económico Mundial revelado há semanas diz que Moçambique é o país na região mais afectado, com uma dívida acima de 290 por cento em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB).
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O crescimento da dívida deve-se a taxas de juros baixos em países ocidentais, o que torna bastante atraentes as aplicações em nações africanas, muitos dos quais chegam a pagar juros de 15 por cento.
Alguns economistas ouvidos pela VOA disseram que no caso de Moçambique a nova crise de dívida não vai resultar apenas desse factor, mas também do agravamento de muitos indicadores da situação económica do país.
Apontaram, por exemplo, o tipo de crescimento que está a existir no país, em que mais de 90 por cento do investimento é externo.
Os economistas frisaram ainda que as autoridades foram alertadas para essa situação, que, segundo eles, não resulta apenas das chamadas dívidas ocultas, porque estas representam cerca de 10 por cento do total da dívida pública moçambicana.
Moçambique beneficiou, na década de 1990, da chamada iniciativa HIPC, destinada ao perdão das dívidas dos países pobres altamente endividados.
O economista António Francisco lamenta que o país volte a essa situação de um país altamente endividado.
"O país está num beco sem saída", concluiu Francisco.