Nove angolanos encontram-se na lista de dezenas de politicos e conhecidas personalidades de todo o mundo com contas bancárias em “paraísos fiscais” ou com propriedades em vários países compradas através de firmas fantasmas, revelam documentos publicados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ na sigla inglesa), no domingo, 3.
Os nomes dos angolanos envolvidos não foram ainda revelados pelo ICIJ que disse ter tido acesso a milhões de documentos numa gigantesca fuga de informação a que deu o nome de “Pandora Papers”, mas é de prever que isso venha a acontecer em breve.
A salientar que ter contas em bancos no estrangeiro ou possuir companhias que compram propriedades não é por si só um crime, mas podem indicar uso indevido de fundos estatais, fuga aos impostos e outras ilegalidades
Entre os muitos dirigentes cujos nomes foram associados a esse tipo de actividades está o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, cujo nome aparece ligado a 13 companhias off-shore.
A Presidência do Quénia não emitiu qualquer reacção até agora, mas um jornal do país disse “não haver provas que Kenyatta roubou bens do Estado”.
O número de documentos a que o ICIJ teve acesso é muito superior aos chamados “Panama Papers” e “Luanda Leaks”, que revelaram actividades semelhantes ou ilegais por parte de conhecidas personalidades mundiais e, no caso do “Luanda Leaks,” da família do antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.