Um dos movimentos independentistas de Cabinda, a Frente de Libertação de Cabinda(Flec) revelou que um dos seus comandantes João Massanga foi raptado e morto na República do Congo.
A confirmar-se, o rapto e morte de Massanga, segundo a Flec, insere-se numa campanha de eliminação dos quadros militares da Frente iniciada há dois anos
O porta-voz da Flec Jean Claude Nzita disse à VOA a partir de Paris que João Massanga deslocou-se em visita privada a Ponta Negra, onde terá chegado a 10 de Maio, “atraído para uma cilada, para ser executado".
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O porta-voz afirmou ainda que Massanga, conhecido pelo nome de “homem de guerra”, foi raptado por elementos da segurança de Angola e da República do Congo. Ele diz ainda que terá sido torturado e o seu corpo depois abandonado.
Interrogado pela VOA se tinha a certeza do envolvimento das autoridades angolanas neste rapto e morte, Jean Claude Nzita responsabilizou a Casa Militar do presidente José Eduardo dos Santos pelo acto, afirmando que este tipo de acção ocorre cada vez que o seu movimento propõe a abertura do diálogo com Luanda.
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Nzita disse que o chefe da casa militar, o general Kopelipa, tinha sido ele próprio responsável pela recente prisão de activistas em Cabinda.
Jean-Claude Nzita foi mais longe e acusou o general Kopelipa "faz da guerra um negócio e não quer a paz".
Ainda de acordo com o porta-voz da Flec, o Presidente José Eduardo dos Santos está rodeado de maus conselheiros militares, principalmente os generais da casa militar que querem a guerra.
Nzita fez ainda notar que em 2011 um outro comandante da Flec, o general “Pirilampo” que era chefe do Estado Maior da organização, tinha sido morto em circunstancias idênticas.
Após o assassinato do general Pirilampo, dois outros lideres militares, o general “Noite e dia” e o comandante Mazina foram também raptados.
Outro general da Flec, Maurício Lubota “Sabata”, foi também raptado e assassinado em Março de 2011.
Meses depois, em Julho, o chefe da segurança militar da guerrilha separatista, João Baptista Júnior "Vinagre" foi raptado, desconhecendo-se o seu paradeiro.
Até agora, não houve qualquer reacção das autoridades angolanas.