Direitos Humanos pioraram em África em 2013,segundo HRW
Angola: Human Rights Watch "preocupada" com direitos humanos
A situação dos homossexuais piorou ultimamente no continente sobretudo nos Camarões, no Uganda e na Nigéria com a adopção de legislação discriminatória.
As crises no Sudão do Sul e na República Centro-Africana estiveram na origem de algumas das piores violações dos direitos humanos em África no ano passado, afirma a organização Human Rights Watch num relatório hoje publicado.
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HRW publica relatório 2014 - 2:47
Em Março uma coligação rebelde afastou o presidente centro-africano tomando o poder em Bangui. Na sequência do golpe de estado, os rebeldes cometeram violações generalizadas dos direitos humanos e o assassinato indiscriminado de civis.
O Sudão do Sul assistiu igualmente ao derramamento de sangue e violações dos direitos humanos no seu segundo ano de independência.
Em Dezembro eclodiu a violência quando o presidente Salva Kiir acusou o seu antigo vice-presidente Riek Machar de ter tentado dar um golpe de estado acusações desmentidas por aquele último.
Desde então o conflito traduziu-se por confrontos militares e por uma vaga de violência étnica que desalojou cerca de meio milhão de pessoas.
Um responsável das Nações Unidas disse que milhares de pessoas morreram em consequência da violência acrescentando que foram cometidos crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Tiseke Kasambala, o director para a África Austral da Human Rights Watch, apelou às partes em conflito no Sudão do Sul que ponham termo aos confrontos.
Kasambala citou igualmente a impunidade como um problema no continente, condenando a União Africana por tentar proteger o presidente do Quénia das acusações que sobre ele pendem no Tribunal Penal Internacional, por ter alegadamente orquestrado a violência que se seguiu às eleições presidenciais de 2007.
A Human Rigths Watch refere também que a situação dos homossexuais piorou ultimamente no continente sobretudo nos Camarões, no Uganda e na Nigéria com a adopção de legislação discriminatória.
Relativamente à África do Sul, Kasambala afirmou que apesar da constituição do país ser considerada exemplar em matéria de protecção dos direitos humanos, a brutalidade policial continua a ser causa de preocupação.
Em 2012, a polícia sul-africana matou a tiro 32 mineiros que efectuavam uma greve ilegal. Kasambala salienta que ultimamente se registaram naquele país incidentes perturbantes de violência policial.
O relatório mundial da Human Rights Watch com 667 páginas publicado esta terça-feira, 21, analisa os direitos humanos em mais de 90 países