O membro do Conselho de Honra do Presidente do MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matross” aconselha João Lourenço a não concorrer a um terceiro mandato.
Para aquele general e antigo secretário-geral do MPLA, essa opção não é boa e o partido não tem deputados suficientes para aprovar uma emenda constitucional neste sentido.
Ao falar num evento denominado “Ao encontro da História” realizado no sábado, 1, pelo Movimento dos Estudantes Angolanos, aquele veterano do partido no poder destacou que a possibilidade de João Lourenço concorrer para mais um mandato, nunca foi discutida, nem internamente nem fora do partido.
“Para mim não seria bom… e o MPLA não tem deputados suficientes para aprovar uma emenda constitucional neste sentido” disse na ocasião Dino Matross.
O general reiterou que "nunca ouvi ele falar isso publicamente nem no partido, também nunca ouvi falar deste problema… pra mim deve ser só as pessoas que querem denegrir e espero que seja assim, ele sabe que não tem deputados que possam aprovar isso ainda que queira”.
Numa extensa entrevista à Voz da América, em Dezembro de 2022, Lourenço negou que estivesse à procura de um terceiro mandato Presidencial.
Veja Também Grande Entrevista: Presidente Lourenço nega busca por terceiro mandatoEm Maio, também em entrevista à cadeia televisiva France 24, ele respondeu ao assunto quando questionado: "Acabámos de sair das eleições agora. As próximas serão em 2027. A minha resposta está dada, se calhar podemos falar disso mais lá para 2027”.
Entretanto, o analista político Rui António Fortunato Kandove diz que Dino Matross não é qualquer militante e caso João Lourenço queira um terceiro mandato terá de fazer algumas concepções
“Não se está a falar de uma figura qualquer, de uma figura banal que esteja a reivindicar holofotes, Dino Matross assumiu funções relevantes no interior do próprio partido e também a nível do próprio Governo é uma pessoa da cúpula uma pessoa de extrema confiança conhece dossiersmuito sensíveis, do Estado e do país. Quando alguém desta demissão, deste quilate político, se pronuncia nos termos em que faz, está claro que existe aí mais do que uma vontade", afirma Kandove.
Por seu lado, o militante do MPLA Aniceto Cunha entende que o partido compreenderá os tempos e que é cedo demais “para se pronunciar sobre o futuro candidato a cabeça de lista do MPLA”.