A votação final do processo do impeachment da Presidente afastada Dilma Rousseff está a poucas horas de ser realizada no plenário do Senado.
Desde quando o processo contra a petista foi aberto na Câmara dos Deputados, especialistas têm afirmado ser praticamente impossível que ela consiga reverter essa situação.
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Com o discurso de defesa apresentado aos senadores e ao Supremo Tribunal Federal ficou mais complicada a situação da governante afastada, de acordo com o cientista político Paulo Diniz.
“Não vejo ao longo desses mais de 100 dias em que ela está afastada uma tentativa de buscar o outro lado e fazer uma conciliação para ganhar esses votos. Acho muito pouco provável que com esse discurso final, essa votação seja revertida. Isso porque as votações recentes de relatório, as votações recentes do cenário estão cada vez mais contrárias à presidente afastada. Provavelmente o efeito vai ser nulo. Acredito que a preocupação é preservar a imagem da presidente afastada, que ela consiga aparecer de uma maneira digna, concisa e coerente e tome parte do processo. Que não pareça que esteja acontecendo à revelia da pessoa física dela”, analisou Diniz.
O cientista político acredita que o próprio Partido dos Trabalhadores já abandonou Dilma Rousseff, que já deu mostras de que não fala a mesma linguagem dela.
“Pequenos elementos já mostram que o PT já ‘jogou a toalha’ a um certo tempo. A própria direção nacional do partido tem feito contradições em relação ao que a presidente afastada Dilma tem dito. Isso mostra que eles não estão bem coordenados e não estão com o foco tão claro em salvar o mandato da presidente. Acredito que a preocupação maior deva ser mesmo com a campanha de 2018 e que o processo atual possa ser revertido na eleição que vai acontecer daqui a dois anos de uma maneira positiva”, ressaltou.
O especialista também entende que a efectivação do impeachment não mais vai acirrar a divisão política que existe no Brasil.
“Acho que esse momento de divisão já passou com as votações iniciais. E as pesquisas de opinião têm mostrado que a população tem se preocupado mais agora com a recuperação econômica do que com esse facto político em si”, concluiu Paulo Diniz.