Na procura de diversificar os rendimentos da economia, o Governo angolano está a tentar incentivar a exploração de diamantes.
Contudo, especialistas avisam que tanto economica como politicamente isso será difícil senão mesmo impossível.
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O mercado dos diamantes e das minas no geral é monopolizado por grupos empresariais ligados a vários generais angolanos, em parceria com empresas estrangeiras, com realce para russas e israelitas.
Os israelitas tiveram a sua entrada no mercado angolano dos diamantes em 1993.
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Um dos negociadores da altura pela parte angolana, o empresário e presidente da Associação Industrial Angolana, José Severino, diz que o mercado diamantífero pode ser uma aposta do Executivo mas não acredita que "chegue a ter um impacto na economia como tem o petróleo".
Quem também não acredita que o Governo tenha esta intenção é outro entendido em matéria económica, Galvão Branco, para quem, pelas suas especifidades, apostar no sector dos diamantes como principal fonte de receitas seria pior para a economia.
"Os diamantes pelas suas características não tecnológicas estão sujeitos a regras de mercado internacional extremamente especifícas, mais duras do que o mercado do petróleo”, alerta, Branco lembrando que o país ficaria numa situação pior.
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Já Sapalo António, outro economista, diz que o mercado dos diamantes em Angola está confinado a um grupo restrito da mesma família política e por isso uma aposta mais forte nos diamantes do que no petróleo não surtiria efeitos positivos para a economia.
"Podemos até desviar mais a nossa atenção para a área dos diamantes, mas se o regime for o mesmo, que prima pela má gestão da coisa publica, não vai produzir nenhum efeito positivo à economia angolana nem a sociedade", conclui António.
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Nas últimas semanas, a imprensa tem revelado informações de que o Governo angolano pretende apostar fortemente no sector diamantífero como parte da sua estratégia de diversificação da economia.
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