O grupo de mediadores do diálogo político anunciou, ontem, 24, a suspensão temporária das suas actividades e o regresso aos respectivos países, deixando para trás, divergências extremas sobre os mecanismos da cessação imediata das hostilidades militares entre o Governo e as tropas fiéis à Renamo.
Ao fim de seis horas de uma sessão que deixou visível o nervosismo por parte da equipa de mediação, com particular destaque para Mario Raffaelli, coordenador da equipa, foi apresentada uma declaração à imprensa, que deixava clara a inflexibilidade das partes sobre o estabelecimento de tréguas.
O ponto sobre a suspensão das hostilidades foi baseado numa proposta da mediação, que apresentou como ponto prévio, a necessidade de um contacto directo com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, situação que está condicionada ao estabelecimento de tréguas imediatas, cuja operacionalização divide as partes.
“A delegação da Renamo concorda com a visita dos mediadores/facilitadores internacionais ao presidente da Renamo. Para o efeito, aceita uma trégua temporária junto da Serra da Gorongosa, desde que o Governo retire as forças ali estacionadas, devido ao iminente perigo de insegurança que aquelas posições representam”, refere o comunicado de imprensa.
A delegação do Governo defende, por seu turno, que a suspensão das hostilidades não se deve circunscrever apenas na região da Gorongosa, mas em todo o território nacional e recusa o condicionalismo da Renamo, sobre o afastamento das Forças de Defesa e Segurança.
Os mediadores que retornam a Maputo em meados de Setembro, apelam as partes a se absterem de todas as acções que atormentam o povo moçambicano.