Em Moçambique, analistas dizem que não parece que o Presidente Filipe Nyusi, agora com o poder reforçado como presidente da Frelimo, possa enveredar por uma relação de força com a Renamo e acreditam que o seu diálogo com Afonso Dhlakama está mais facilitado.
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Filipe Nyusi foi eleito presidente da Frelimo quase pela totalidade dos membros do Comité Central do partido, o que pode fazer com que ele se sinta como um todo-poderoso e negligencie o diálogo com a Renamo.
O jurista José Machicame diz que a avaliar pelas posições que o actual Chefe de Estado vem manifestando em relação ao rumo que pretende impor à sua governação, "eu estou confiante que ele vai trabalhar pela estabilidade do país, porque tem dado uma ênfase muito grande à paz."
Contudo, ele diz ter muitas dificuldades em acreditar que possa haver uma concessão no que diz respeito às exigências do líder da Renamo relativas às províncias autárquicas por causa das alterações de fundo que têm que ser feitas ao nível da arquitectura do Estado.
Na sua opinião, a saída passa por uma solução de compromisso que envolva, se calhar, um meio termo, mas não necessariamente uma concessão, “até porque esse passo não pode ser feito sem que se mude a Constituição".
Por seu turno, o politólogo Francisco Matsinhe diz não acreditar que Filipe Nyusi tente a demonstrar uma posição de força na sua relação com o líder da Renamo, "porque Moçambique não pode ter uma nova guerra. Se nós tivermos uma nova guerra será um absurdo; já tivemos três guerras e espero que não haja uma quarta guerra".