Dia D para o acordo sobre programa nuclear iraniano

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John Kerry nas negociações em Lausane

Prazo termina hoje, mas há profundas divergências.

Os negociadores de cinco potências mundiais (EUA, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China) e do Irão têm até a meia noite de hoje, 31, para conseguirem um acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano, que agrade a todas as partes.

Apesar dos avanços conseguidos nas últimas semanas, diferenças sobre o enriquecimento de urânio e o ritmo da suspensão das sanções ameaçam o acordo que poderia terminar com 12 anos de impasse sobre as ambições nucleares de Teerã e reduzir os riscos de uma outra guerra no Médio Oriente.

A expectativa é que as reuniões de hoje durem até tarde mas os negociadores manifestam, em privado, reservas quanto a um possível acordo.

"Estamos preparados para ambos os cenários”, disse um diplomata ocidental à agência Reuters, enquanto há quem já admita adiar a decisão final para Junho.

O secretário de Estado americano John Kerry disse à CNN que “há ainda temas difíceis”, mas garantiu que todas as partes estão a trabalhar no sentido de conseguir um “bom acordo e não um acordo qualquer”.

Por seu lado, o ministro das Relações Exteriores da França Laurent Fabius e o seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier cancelaram os planos de uma viagem a Berlim para uma reunião bilateral prevista para hoje. “As negociações estão numa fase difícil e crítica, tornando a presença dos dois ministros em Lausanne essencial”, declarou uma fonte do governo da Alemanha.

Entretanto, o verdadeiro prazo final das negociações, disseram autoridades ocidentais e iranianas, não é hoje, mas 30 de Junho, o que pode ser entendido como um sinal de que as negociações não terminarão hoje.

A suspensão das sanções das Nações Unidas e a exigência iraniana pelo direito de pesquisa e desenvolvimento sem restrições relacionados a centrífugas nucleares avançadas, depois de dez anos da assinatura do acordo.

Enquanto Teerão está principalmenteenfocado na suspensão das sanções, o grupo P5+1 quer uma suspensão de mais de 10 anos das activistas do Irão.