O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, revelou nesta terça-feira, 17, que a insurgência, com ataques a esquadras em Mocímboa da Praia, em Cabo Delegado, têm “cunho politico” e não há estrangeiros a manipular as metralhadoras e catanas.
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Dhlakama estranha que os ataques tenham iniciado depois da evolução das negociações entre o governo e a Renamo, e o presidente Filipe Nyusi ter saido com autoridade reforçada no congresso da Frelimo terminado a 2 de Outubro.
“A minha inteligência em Mocímboa da Praia falou-me que (os ataques) são problemas internos da Frelimo” diz Afonso Dhlakama em contacto telefónico a partir da Gorongosa.
Para ele é pouco provável que os atacantes seja radicais desde 2014, tal como tem sido noticiado.
O líder da Renamo diz que os atiradores de Mocímboa da Praia são todos jovens locais, que conhecem com precisão a geografia do local, que terão recebido instrução militar de estrangeiros, mas sem apoio dos mesmos no terreno.
Líder diz ter alertado as autoridades
Esta semana, um líder islâmico de Mocímboa da Praia disse que alertou o governo, no início de 2016, sobre a eminência de ataques armados, na sequência da radicalização de um grupo de jovens que estariam a ser recrutados localmente.
Saide Bacar, do Conselho Islâmico de Moçambique, contou que o grupo usa a rota Moçambique- Tanzania – Quénia – Somália, onde actuam os extremistas radicais da Al-Shaabab, dai a associação que é feita aos ataques de Mocímboa da Praia.
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Desde a insurgência de 05 de Outubro, os ataques com catanas e metralhadoras já provocaram, pelo menos 28 mortos, dos quais oito agentes da Polícia, 19 atacantes e um líder comunitário. Há muitos feridos.