Detidos no Uíge no sábado não foram presentes ao tribunal 48 horas depois da prisão

Manifestação no Uíge, 24 outubro 2020

Cerca de uma dezena foram detidos quando tentavam protestar contra o desemprego e a favor das eleições autárquicas

Uma dezena de activistas e políticos detidos no sábado, 24, quando pretendiam sair às ruas da capital da província angolana de Uíge para protestar contra o alto nível de desemprego e a favor da marcação das eleições autárquicas continuam presos depois de não terem sido presentes ao tribunal nesta segunda-feira, 26.

Libertador de Mentes Aprisionadas, um dos organizadores da marcha, considerou a acção da polícia fruto de Governo ditatorial que "impede a liberdade de expressão, direito de reunião e de manifestação" no país.

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Polícia reprime manifstação no Uíge - 1:36


Para ele “não há diferença entre o Governo de José Eduardo dos Santos e de João Lourenço”.

Por sua vez, a Secretaria para Comunicação e Marketing da UNITA no Uíge, Eunice Mweshi, acusou o Presidente de ter violado a Constituição da República com o decreto presidencial que regula o distanciamento social sobre o estado de calamidade a menos de 24 horas da manifestação.

A VOA não conseguiu falar nem com a Procuradoria da República nem com o Comando provincial da Polícia Nacional no Uíge, que recusaram prestar esclarecimentos aos órgãos privados de comunicação.