A antiga primeira-dama da Zâmbia, Esther Lungu, foi detida sob a acusação de branqueamento de capitais, informou o seu advogado sexta-feira, 31, dias depois de o marido ter afirmado que estava a ser alvo de uma vingança política.
Esther Lungu, 66 anos, foi detida na quinta-feira à noite, juntamente com as suas duas filhas, depois de ter sido interrogada durante horas sobre as propriedades que a família possui na capital, Lusaka, disse à AFP o advogado, Makebi Zulu. Foi agora libertada sob fiança.
"A ex-primeira-dama foi detida por ter sido encontrada na posse de propriedades suspeitas de serem produto de crime e acusações de branqueamento de capitais", disse Zulu.
Segundo o advogado, as propriedades, um bloco de apartamentos no bairro de luxo de New Kasama, em Lusaka, foram construídas pelo marido de Lungu, o antigo presidente Edgar Lungu, 67 anos.
A agência antidroga da Zâmbia disse que a ex-primeira-dama não conseguiu dar uma "explicação razoável" de como adquiriu os apartamentos, que tiveram um custo de construção de 41 milhões de kwacha (1,6 milhões de dólares).
A Comissão Europeia acrescentou que "há suspeitas razoáveis de que se trata de produtos do crime".
Edgar Lungu liderou a Zâmbia, rica em cobre, de 2015 a 2021, altura em que perdeu as eleições para o Presidente Hakainde Hichilema, que tinha sido um veterano líder da oposição antes de ganhar a votação por uma esmagadora maioria.
No ano passado, Lungu anunciou o seu regresso à política, com eleições gerais previstas para 2026. Desde então, tem-se queixado de um espaço democrático cada vez mais reduzido no país e do que disse ser uma campanha de assédio contra a sua família.
A polícia avisou-o para não transformar as suas corridas matinais em eventos políticos e, na semana passada, afirmou estar "praticamente em prisão domiciliária", o que as autoridades negaram.
A última detenção não foi o primeiro confronto de Esther Lungu com a polícia.
No ano passado, a sua casa foi alvo de uma rusga sob a acusação de ter roubado alguns veículos.