Analistas moçambicanos dizem que a detenção de Manuel Chang é o começo de uma onda ainda maior que está a caminho, associada à questão das chamadas dívidas ocultas, e sublinham que se o assunto não for bem gerido, pode criar fissuras dentro da Frelimo, partido no poder.
Na capital, Maputo, muitos cidadãos dizem que o deputado Manuel Chang não vai ser a única pessoa a ser julgada em conexão com o alegado descaminho de cerca de dois mil milhões de dólares.
O analista Tomás Rondinho não tem dúvidas: juntamente com Manuel Chang, "outras cabeças vão rolar, e isso vai prejudicar a Frelimo, tendo em conta que se está num ano eleitoral".
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Contudo, o analista Francisco Uamusse, considera que a Frelimo, em situações muito difíceis, teve uma dinâmica de permanente capacidade de encontrar plataformas de entendimento interno, de modo a não haver rupturas fortes dentro do partido
Em muitos círculos da opinião afirma-se que a detenção de Manuel Chang, vem de alguma forma, "limpar as lágrimas daqueles moçambicanos que viam na questão das dívidas ocultas a sua principal preocupação, porque havia uma clara indicação de que o dinheiro não foi aplicado em projectos que nortearam a contratação dessas dívidas".
Por isso mesmo, segundo alguns analistas, esta detenção, ordenada pela justiça norte-americana, não surpreende, tanto mais que a nível interno, parecia não haver vontade política para lidar com este assunto.
Em Maputo, reina uma enorme expectativa em torno da audição, esta terça-feira, 8, do antigo ministro das Finanças, num tribunal sul-africano.
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