O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, considera que o pacote de descentralização anunciado pelo Presidente da Republica,é um retrocesso para a democracia eque concorre para a bipolarização
“Este pacote é um retrocesso na nossa democracia e um acordo para enganar o povo, pois teremos presidentes dos conselhos municipais, administradores e governadores que não são da vontade popular. Portanto, os políticos duma forma indireta vão continuar a nomear a seu belo prazer e a impor ao povo a quem os deve dirigir,” diz Simango.
O político e edil da Beira, segunda maior cidade de Moçambique, diz que “concluímos também que este é um acordo que concorre para a bipolarização e criando condições para que a FRENAMO (Uma alusão clara de uma suposta união entre a FRELIMO e RENAMO), não permita que haja outras forças políticas no âmbito do processo de governação”.
Recorde-se que durante a negociação entre Nyusi e Dhlakama, Simango insistiu na necessidade de inclusão de outras forças políticas.
Renamo elogia
Para a Renamo, o consenso hoje anunciado representa a abertura de uma nova etapa para a democracia no país.
O porta-voz deste partido, José Manteigas, disse à VOA que as decisões hoje anunciadas por Nyusi são uma vitória, não só da Renamo, que vinha reivindicando a eleição dos governadores, mas de todo o povo moçambicano.
Aos restantes partidos da oposição nacional, que reivindicavam a participação no diálogo político, Manteigas deixou um apelo: "Acarinhem os entendimentos alcançados, porque estes são uma mais-valia para todo o país".