A sociedade cabo-verdiana está preocupada com o desaparecimento de pessoas, sobretudo de crianças, que tem acontecido nos últimos tempos na Praia, o maior centro urbano do arquipélago.
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Nos finais do ano passado, uma menina de 11 anos e uma senhora com o seu bebé de três meses desapareceram, situação que volta a acontecer agora com um menino de 10 anos e uma menina de 11,que são primos,residentes no bairro de Castelão.
Nesta quarta-feira, 7, o Presidente cabo-verdiano Jorge Carlos Fonseca, apelou “à serenidade” da população, mas defendeu ser preciso encontrar respostas "eficientes" e com "a rapidez possível".
"Podendo ser um fenómeno com contornos complexos, sofisticados ou novos, as nossas forças de investigação policiais devem procurar apetrechar-se e aprimorar os seus métodos de atuação e investigação e adaptar-se a esses tempos novos", sublinhou Fonseca.
A preocupação aumenta quando circulam rumores de que os desaparecimentos podem estar ligados à possibilidade de raptos para a extracção de órgãos.
As pessoas estão revoltadas e pedem que as autoridades competentes tomem medidas para travar esses misteriosos desaparecimentos, bem como encontrar pistas para descobrir o paradeiro das pessoas desaparecidas.
Adelcia Pires, presidente da organização não governamental Fundação Infância Feliz, considera que todos devem estar vigilantes, já que a colaboração de cada um pode ser útil para ajudar a polícia no seu trabalho.
O director nacional da Polícia Nacional anunciou estar a trabalhar em estreita colaboração com a Polícia Judiciária para desvendar os casos, mas Emanuel Estaline pede “calma e tranquilidade aos cidadãos”.
Já o professor de direito João Santos afirma que se trata de uma “situação complexa e que exige um trabalho de fundo das autoridades” policiais, sobretudo da PJ.
Aquele também oficial superior da polícia na reforma, ressalva a necessidade de se evitar passar uma imagem de pânico porque, na óptica de Santos, pode complicar ainda mais as coisas no seio da sociedade.