Deputados "furam" disciplina partidária e abrem crise no PAICV

Sede do PAICV

Temperatura aumenta no principal partido da oposição em Cabo Verde

O PAICV, principal partido da oposição em Cabo Verde, pode vir a enfrentar tempos turbulentos, outra vez, desde a crise de 2011, quando as duas sensibilidades apoiaram personalidades diferentes à Presidência da República.

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Deputados "furam" disciplina partidária e abrem crise no PAICV

O mais recente capítulo aconteceu na semana passada quando dois deputados furaram a disciplina partidária e votaram a favor da proposta do Governo sobre a regionalização, viabilizando a lei, enquanto o PAICV absteve-se.

Para o deputado e vice-presidente da bancada parlamentar, João Baptista Pereira, que apoia a presidente do partido Janira Hopffer Almada, o que aconteceu é preocupante, e interpela a uma profunda reflexão de todos.

"Julgo que apesar dos deputados terem alguma liberdade de pensamento, penso que não é razoável os mesmos não acatarem as decisões e orientações do partido e da bancada parlamentar. Precisamos rapidamente esclarecer um conjunto de questões e tomar novo rumo à bem do partido e do país”, adverte Pereira.

Por seu lado, o deputado Odailson Bandeira, que votou a favor da proposta do Governo, afirma que que o fez em consciência por entender que a regionalização trará ganhos para a ilha Santo Antão, embora reconheça que a sua decisão causa desconfortos para o partido que representa.

“No entanto, considero que a proposta da regionalização não foi bem debatida tanto no seio do meu partido como no MpD. Havia posições divergentes no PAICV, pelo que devíamos ter mais exercício de diálogo e concertação”, realça Bandeira.

Ele disse e citamos “precisamos rapidamente esclarecer um conjunto de questões e tomar novo rumo à bem do partido e do país”.

A situação vivida, na óptica do analista político, Henrique Varela, "demonstra claramente a falta de liderança e unidade no partido da independência".

Pela responsabilidade que tem enquanto o maior partido da oposição e com vocação de poder, Varela considera que a família tambarina deve arrepiar caminhos "e encontrar novo rumo, a bem do partido e da própria democracia.