Os deputados da Renamo e MDM, na oposição, que boicotaram a investidura da Assembleia da República no dia 13 em protesto conta a fraude eleitoral, segundo aqueles partidos, tomaram posse nesta quarta-feira, 29.
Os oito deputados do MDM foram os primeiros a preencherem os assentos, seguidos dos 27 parlamentares da Renamo.
Às 10 horas, eles fizeram o juramento e assinaram os termos de posse na presença da presidente do Parlamento, Margarida Talapa.
Antes do primeiro dia da nova legislatura, o porta-voz da Renamo tinha dito que a cerimónia de posse dos deputados “está desprovida de qualquer valor solene e constitui desrespeito à vontade dos moçambicanos, pelo que a Renamo não fará parte desta cerimónia” e sublinhou que “a vontade do povo passa necessariamente pela realização de eleições livres, justas e transparentes e não em eleições administrativas”.
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Marciel Macome concluiu que “a Renamo não reconhece ninguém que tenha saído nestes resultados como Presidente da República”.
Por sua vez, o presidente do MDM anunciou que a Comissão Política decidiu que os seus deputados não tomariam posse.
"Sempre defendi que é preciso fazer uma auditoria forense ou recontagem [dos votos], ou em última hipótese anular as eleições", reafirmou Lutero Simango.
Na sua intervenção, Fernando Bismarque, deputado do MDM, disse que "foi-nos emprestado temporariamente este poder pelo povo soberano, o que temos de fazer é continuar a lutar para garantir que os seus anseios possam ser atendidos com base nas nossas decisões".
"Por exemplo, vamos debater e procurar influenciar para que matérias como segurança pública, a questão do custo de vida, a falta de emprego para os jovens, a questão da habitação para a juventude e desnutrição crónica sejam aprovadas e posteriormente entregues ao Governo, para a sua implementação”, concluiu.
Veja Também Podemos refuta acusação de traição a Mondlane e diz que o candidato violou o acordo entre as partesPor seu lado, José Manteigas, da Renamo, afirmou que ele e seus colegas tomam posse "porque estamos certos de que os moçambicanos devem ser defendidos, os interesses dos moçambicanos devem ser protegidos, os superiores interesses da nação moçambicana devem ser defendidos”.
A primeira sessão legislatura está marcada para a segunda semana de fevereiro.