Em Angola, começaram nesta terça-feira, 3, as inscrições para acesso às instituições de ensino nas escolas públicas.
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Na capital, Luanda, o processo está a ser marcado por denúncias de corrupção.
O Movimento dos Estudantes Angolanos afirma há quem pague até 360 dólares por vaga.
O círculo de corrupção nas escolas começa no funcionário de limpeza, disseram à VOA fontes do Ministério da educação.
O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) esclarece que as vagas são na sua maioria distribuídas de forma anárquica com funcionários e professores a beneficiarem-se de uma vaga para algum familiar.
No entanto, caso não a preencham, vendem-na no valor de 60 mil kwanzas, cerca de 360 dólares no câmbio oficial.
O director-geral, por seu lado, comercializa mais de duas turmas, beneficiando-se de até 7 milhões e 200 mil kwanzas, cerca de 44 mil dólares.
Ainda de acordo com a mesma fonte, os directores-adjuntos ficam cada um com a metade desse valor.
Miguel Quimbenze, secretário-executivo do Movimento de Estudantes Angolanos, diz que este ano o cenário mantém-se e as vagas tornam-se mais difíceis por falta de escolas no país.
“É um acto recorrente, concretamente na província de Luanda e isso acontece por escassez de escolas no país, é ilegal, são coisas que são anormais e vão se tornando normais”, sublinhou Quimbenze.
O dirigente associativo denunciou também que as vendas das vagas são do conhecimento dos responsáveis máximos, que não tomam nenhuma medida para conter este fenómeno.
“Teoricamente fala-se muita coisa e não se faz nada, os directores que cobram esse dinheiro não são sancionados, os professores não sao sancionados”, acusa Miguel Quimbenze, reiterando ainda que a realidade no resto das províncias não é diferente.
A VOA tentou o contacto com o director do Gabinte Provincial de Educação de Luanda, André Soma, mas sem sucesso.