As autoridades moçambicanas dizem que a corrupção está a minar os esforços para combater a delapidação de recursos da fauna nas 14 áreas de conservação existentes no país.
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A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) denuncia vários casos de corrupção, alguns dos quais se traduzem na soltura de caçadores furtivos, detidos nas diferentes reservas do país.
O director dos Serviços de Protecção e Fiscalização da ANAC, Carlos Lopes Pereira, afirmou que "quando o furtivo é capturado e aparece dois dias depois no terreno, acho que qualquer um pode concluir o que é que aconteceu..., é corrupção, e nós não podemos fechar os olhos e dizer que não acontece".
Pereira referiu ainda que até Março passado, dois rinocerontes eram abatidos, em média, por dia, na reserva do Limpopo, e que entre 2011 e 2016, Moçambique perdeu 48 por cento da população de elefantes.
Esta semana, a Direcção Nacional das Áreas de Conservação anunciou que cerca de um terço das três toneladas de marfim apreendidas em Abril findo no porto de Maputo, prestes a serem traficadas para o Camboja, foram roubadas de armazéns da Direcção Provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural e do Serviço de Investigação Criminal, ambos do Niassa, norte de Moçambique.
A Procuradoria Provincial do Niassa está a investigar o assunto, não pondo de lado a possibilidade de se tratar de caso de corrupção ou de crime organizado.
A ANAC diz terem sido detidos, no ano passado, em Moçambique, cerca de 2. 400 indivíduos, por infrações diversas, incluindo a caça furtiva, 200 dos quais estrangeiros, para além de 50 cidadãos moçambicanos que foram presos e condenados na vizinha África do Sul.
Vários outros moçambicanos foram mortos naquele país por caça ilegal, sobretudo no Krueger Park.