Denis Mukwege, médico congolês, recebe hoje o prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, numa cerimónia no Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Nascido em 1955, em Bukavu, Bukwege estudou Medicina e fundou o serviço de ginecologia do Hospital de Lemera, mas foi obrigado a fugir e regressar à sua terra natal, onde o hospital e maternidade que construiu viriam a ser destruídos em 1998, durante a segunda guerra do Congo.
O médico reconstruiu tudo em Panzi, tratando as vítimas da violência dos combatentes, que tinham declarado as mulheres "o seu inimigo comum".No hospital em Panzi, além de cuidar das mulheres do ponto de vista físico, desenvolve também um trabalho na área psicológica e providencia apoio jurídico para que os agressores possam ser levados a tribunal.
O prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi atribuído pela primeira vez em 1988 a Nelson Mandela, que se encontrava então detido por ordem do regime do apartheid e que em 1994 viria a tornar-se no primeiro presidente negro da África do Sul, e ao dissidente soviético Anatoli Marchenko, falecido dois anos antes na sequência de uma greve de fome na prisão de Tchistopol. No ano passado, foi distinguida a jovem paquistanesa defensora dos direitos das crianças à educação, Malala Yousafzai, que este ano foi galardoada com o prémio Nobel (em conjunto com o indiano Kailash Satyarthi).
Desde 2010, que a distinção inclui um prémio monetário no valor de 50 mil euros.