Dezenas de casas foram destruídas pelas autoridades no Lobito numa área que aparentemente vai ser transformada num parque automóvel.
Your browser doesn’t support HTML5
Um total de 90 pessoas perderam as suas casas numa operação que a administração municipal diz desconhecer e em que, segundo residentes da zona, se registaram agressões.
Os residentes apontam o dedo a um funcionário da administração, identificado apenas por Paulino, como responsável por este e outros actos de demolições, todos sem qualquer notificação prévia.
“As máquinas chegaram e cedo começaram a destruir casas, na presença de fiscais da Administração Municipal”, denunciou uma residente.
“Não temos casas próprias, vivemos mal, por isso estamos aqui para ver o que se pode fazer. Somos muitos, quase 90pessoas", diz outra cidadã.
Sem condições para encontrar alternativas, a comunidade, que evoca a crise e as calamidades, denuncia actos de violência e pede bom senso às autoridades.
“Muitos homens partiam tudo o que encontravam. Assustei quando vi que estavam a partir a minha casa, onde eu estava com o meu pai, e depois presenciei a destruição de outras casas", acrescenta outro residente.
Nem mesmo o material de construção foi poupado.
Evaristo Paulino Ernesto lamenta a perda de centenas de blocos.
“Este senhor (Paulino) destruiu dois mil e 500 blocos meus, enterrou alguns e quebrou o alicerce”, denunciou Ernesto, indicando uma família que não saiu da casa e pediu que os discais a destruíssem com ela dentro.
Aconteceu o mesmo com outras famílias. Houve uma que não saiu de casa, exigindo que os fiscais destruíssem com gente no interior’, revelou Paulino Ernesto.
Contactado, o administrador municipal, Alberto Ngongo, diz não ter conhecimento das demolições.