Delegados da COP28 concordam em abandonar os combustíveis fósseis que aquecem o planeta

  • AFP
    AP

Cimeira sobre as alterações climáticas (COP28)

O acordo apela a uma "transição para longe dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e equitativa".

Os negociadores de 194 países e a União Europeia presentes na cimeira das Nações Unidas sobre o clima, COP28, concordaram esta quarta-feira, 13 de dezembro, que o mundo deve abandonar os combustíveis fósseis que aquecem o planeta. Foi um passo significativo no sentido de mudar a forma como o mundo é alimentado, mas repleto de questões sobre quando e quem pagará a transição.

O presidente da COP28, Sultan al-Jaber, apresentou o texto numa sessão plenária no Dubai, após mais de duas semanas de discussões em que as nações tentaram encontrar uma forma de o mundo se manter na linha de limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius desde os tempos pré-industriais. Os países dividiram-se entre aqueles que queriam uma linguagem forte sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e outros que queriam uma forma de continuar a queimar petróleo, gás e carvão.

Your browser doesn’t support HTML5

Alterações climáticas assolam sul de Angola

O presidente da COP28, Sultan Al Jaber, descreveu o acordo como uma "mudança transformadora". Mas os países em risco afirmaram ser necessário tomar muito mais medidas.

Mas como as negociações da ONU requerem consenso, o texto do acordo foi redigido cuidadosamente para ser aceite pelos países participantes, que vão desde as ilhas que temem a extinção devido à subida do nível do mar até ao gigante petrolífero Arábia Saudita, que liderou a luta para continuar a exportar o seu petróleo.

O acordo apela a uma "transição para longe dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e equitativa".

Veja Também Alterações climáticas contribuem para a propagação da cólera e da malária

Pede uma maior ação "nesta década crítica" e compromete-se a não emitir gases com efeito de estufa até 2050, na esperança de atingir o objetivo, cada vez mais difícil de alcançar, de limitar o aquecimento a 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais.

O acordo prevê que o mundo reduza as emissões de gases com efeito de estufa em 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019.

O acordo incide apenas na utilização de combustíveis fósseis para fins energéticos e não em sectores industriais como a produção de plásticos e fertilizantes.

O texto não apoia os apelos feitos durante a cimeira para uma "eliminação progressiva" do petróleo, do gás e do carvão, que, em conjunto, são responsáveis por cerca de três quartos das emissões responsáveis pela crise planetária.